sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

teatro... a infância da minha alma...


Carrego dentro do corpo toda a humanidade.
Gesto nuances que desconheço
e devoro a realidade.
Não sei o que de mim é feito nesse instante.

A vida, por seu turno, me acolhe em sua selva de pedra,
cheia de suor, gritos e indiferença.
Cresço, exercendo a luz e a escuridão do mundo.
Me pintaram para o desconhecido.

Sem matéria definida ergo verdades sós.
No silêncio do que tá posto e acabado,
promovo a morte,
renovo a existência
e aconteço.

De tarde, a cor toma sons de nada e me avoo.
Já tarda o amanhecer.



Cintia Carvalhaes, grande amiga, e eu: 
Vovó Fulô e Vovó Chica... as velhinhas contadoras de histórias!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

chão



Sou filha dos mares.
Das águas salgadas de minha amada mãe
nascem todos os meus fios.
Aos poucos, teço um por um.
Tranço a vida feito colcha de retalhos
sem me importar com a tagarelice dos corpos que, em minha orla, vêm se banhar.
Trago o sal.

Eu horizonte.

Quando o vento me sopra e me leva,
é de lenços os caminhos.
Volto a tecer.

Sou filha dos mares.
É para eles que retorno
a cada existência cumprida.
Sem fim, me vago
e exerço a imensidão.

Sou filha dos mares.
Cada gesto gotas...
infâncias.