domingo, 3 de setembro de 2017

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Olho pro mundo e me dá preguiça de tudo
o que não sabe morrer:
guerra
fome
indiferença -
corpo de um mesmo ser:
exato
parado
disforme.

Como é demorado o parto.
O parto real...
Aquele que compassa com as formigas,
se inspira nas preguiças,
mantém contrações de lesmas e
caminha como tartaruga no deserto.

De tudo o que sei é sabido não saber quase nada.

Aff...
Que eu desejo o nada
Os longes dos horizontes sempre andantes
O inesperado.

Como é cansativo andar entre as pessoas sem poder confiar
nelas e em mim.
Andamos com a sensação de que a qualquer momento podemos
matar ou morrer.
Seja por tudo ou por nada.
E isso é tão antigo...
Tão mais do mesmo...
Comida estragada que nos faz mal.
Nos embota a beleza viva da vida.

Deixemos nossos olhos descansar um pouco.
É tempo de evocar a pele
do corpo
da alma
da vida
e deixar que ela - companheira tão profunda e infinita - nos conduza ao humano em nós.

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