sábado, 7 de outubro de 2017

desabafo...

Qual é o sincero sentido de nos matarmos uns aos outros?
Sinto dificuldades diante das guerras.
Elas são apenas o empenho dos que já não lembram mais suas raízes e sementes... 
ensurdecidos que estão para a luz.
E não falo apenas das guerras que passam todos os dias nos noticiários, mas das que carregamos no peito sem nem perceber, tão esquecidos que estamos de nós.
Quantos Herodes ainda hão de nascer, meu deus, nos solos da Terra?
Por quanto tempo ainda ficaremos assim: tolos e nulos?
A velharia da mesmice me cansa.
Julgamos com o discurso afiado o que não nos cabe julgar.
Oprimimos de forma primorosa todo o horizonte que nos cerca.
E no final desejamos ser feliz.
Acaso enlouquecemos?
Crianças morreram.
Crianças morrem todos os dias (nos apontam as estatísticas).
Não.
Isso é mentira.
Eu me recuso a acreditar em abutres.
Sou eu quem morre todos os dias.
Todos os dias cada um de nós está morrendo.
Seja na pele de crianças queimadas ou simplesmente ignoradas.
E enquanto não despertarmos atrocidades maiores podem acontecer.
É realmente isso o que queremos?
Me recuso a acreditar que a morte seja isso.
Me recuso a acreditar que só assim conseguimos viver.


No horizonte iluminado do meu coração todas as infâncias crescem em paz.

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